Existem várias formas de lidar com as emoções.
Primeiro, precisamos entender que as emoções não são processos isolados da nossa psique. Elas fazem parte de um extenso sistema que envolve nosso corpo, mente e outras extensões de nós.
É como olhar para um pedaço turbulento de um rio. Naquela pequena parte as águas parecem confusas e desordenadas, mas fazem parte de um todo que contem ainda uma nascente, cachoeiras, curvas, estreitamentos e alargamentos, etc.
O FLUXO DA EMOÇÃO
É assim: quando estamos diante de uma experiência, captamo-la através de nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) e a percebemos após passar por nossos filtros internos (crenças, valores, história de vida). Essa percepção chega à mente e cria uma representação, uma pensamento dessa experiência. Essa representação gera um estado emocional e uma fisiologia, e a esses, reagimos com um comportamento.
Ou seja, as emoções nascem dentro de nós, a partir de um pensamento, e é expressa através de nosso corpo. Como? Que postura costuma tomar quando está alegre? E quando está pensativo, triste, curioso? Se observarmos as pessoas podemos até mesmo identificar alguns de seus sentimentos apenas através da leitura corporal (a leitura está sujeito às interpretações, mas isso é assunto para outro dia).
USANDO O TODO PARA LIDAR COM A EMOÇÃO.
O que está fora de nós não podemos alterar, não é mesmo? Então como podemos lidar com a ansiedade que sentimos por causa das cobranças no trabalho? Ou com a frustração de um insucesso?
Vamos observar o rio de novo. A ansiedade pode ser comparada àquele ponto específico do rio onde as águas estão confusas. Ora, as águas percorreram um longo trecho até chegar ali, assim também a ansiedade, por exemplo. Ela passou pelo pensamento e ainda tem um longo percurso através da fisiologia. Então vamos lidar com a emoção em seu fluxo, e não naquele ponto isoladamente.
Como as coisas se relacionam mutuamente, se a emoção influencia na fisiologia e no comportamento, logo, nosso corpo pode influenciar nossos sentimentos.
Por exemplo, quando se sente um pouco triste, talvez assuma uma postura mais retraída, ou os ombros fiquem caídos, a cabeça baixa, a respiração pesada. Experimente nessa situação tomar uma respiração profunda, levantar a cabeça, puxar os ombros para trás e então veja o que acontece com a emoção. Ou experimente pensar em algo que traga desconforto e logo depois coloque a língua no céu da boca e estique a coluna e os braços para cima.
Mudar as emoções assim é um caminho rápido e até superficial. Mas sabe quando aquela sensação dentro de nós nos atrapalha em nossos afazeres diários, ou nos impede de ter uma percepção clara sobre alguma coisa? Se movimente e perceberá mudanças.
Por: Hiran Haun